7 Set, 2016 | SEM INTERESSE
Nota técnica | 07 de junho de 2016
A Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) é o órgão da Administração Pública Portuguesa que tem por missão contribuir para a conceção, promoção e avaliação das políticas relativas à energia e aos recursos geológicos (DGEG, 2016). Este órgão publica anualmente os balanços e indicadores energéticos nacionais. A informação disponível mais recente é relativa ao ano de 2014 (DGEG, 2015a).
A energia primária compreende todas as formas de energia antes de transformadas. A eletricidade é uma energia secundária, dado que pressupõe essa transformação (ex: queima de carvão numa central termoelétrica para produção de eletricidade). Segundo a DGEG, em 2013 o consumo de energia primária foi de 20 921 ktep, equivalente a 243 310 GWh (DGEG, 2015a; AIE, 2016). Desse valor e para o mesmo ano, 52 802 GWh/ano correspondem à disponibilidade de energia elétrica para consumo (DGEG 2015b).
De acordo com o estabelecido no contrato de concessão da Barragem de Foz Tua, esta obra terá uma produtibilidade líquida média de 282 GWh/ano.
Assim, para o ano de referência 2014:
Contribuição da Barragem de Foz Tua para as necessidades energéticas nacionais:
Produtibilidade líquida média Foz Tua / Consumo de energia primária x 100% = 0,12%
Contribuição da Barragem de Foz Tua para a produção elétrica nacional:
Produtibilidade líquida média Foz Tua / Produção de energia elétrica x 100% = 0,53%
A Barragem de Foz Tua contribuirá assim com 0,1 % da energia nacional e 0,5 % da eletricidade produzida, com um custo comprovado entre 5 a 10 vezes superior às alternativas disponíveis (GEOTA, 2015).
Um retorno insignificante face aos impactes sociais, ambientais, culturais e económicos deste projeto, e que com a evolução esperada das alterações climáticas na região mediterrânica, tenderá a reduzir-se ainda mais nas próximas décadas.
Referências
AIE, 2016 – Agência Internacional de Energia (2016). Unit converter. (consultado a 6.06.2016)
DGEG, 2015a – Direção-Geral de Energia e Geologia (2015). Balanço Energético 2014. Portugal.
DGEG, 2015b – Direção-Geral de Energia e Geologia (2015). Disponibilidade de Energia Elétrica para Consumo (2000-2014). (consultado a 6.06.2016)
DGEG, 2016 – Direção-Geral de Energia e Geologia (2016) Site DGEG/Missão. (consultado a 6.06.2016)
GEOTA, 2015 – Grupos de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (2015). O Programa Nacional de Barragens: desastre económico, social e ambiental Memorando v. Julho 2015.
7 Set, 2016 | SEM INTERESSE
Nota técnica | 20 de julho de 2016
A Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) é o órgão da Administração Pública Portuguesa que tem por missão contribuir para a conceção, promoção e avaliação das políticas relativas à energia e aos recursos geológicos (DGEG, 2016). Este órgão publica anualmente os balanços e indicadores energéticos nacionais. A informação disponível mais recente é relativa ao ano de 2014 (DGEG, 2015a).
A energia primária compreende todas as formas de energia antes de transformadas. A eletricidade é uma energia secundária, dado que pressupõe essa transformação (ex: queima de carvão numa central termoelétrica para produção de eletricidade). Segundo a DGEG, em 2013 o consumo de energia primária foi de 20 921 ktep, equivalente a 243 310 GWh (DGEG, 2015a; AIE, 2016). Desse valor e para o mesmo ano, 52 802 GWh/ano correspondem à disponibilidade de energia elétrica para consumo (DGEG 2015b).
O Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) foi lançado em 2010. Das dez barragens definidas pelo PNBEPH, sete acabaram por ser aprovadas pelo Governo (não houve candidaturas a Almourol e Pinhosão; Padroselos foi reprovada) e atualmente apenas quatro se encontram programadas (Alvito e Girabolhos-Bogueira foram oficialmente canceladas durante a reavaliação do PNBEPH em abril de 2016) (MA, 2016).
As quatro barragens previstas inserem-se na bacia hidrográfica do Douro e apresentam, no seu conjunto, uma produtibilidade líquida média de 910 GWh/ano. Ou seja, barragem do Tua com 282 GWh/ano, barragem de Fridão — atualmente suspensa por três anos — com 295 GWh/ano, e o Sistema Eletroprodutor do Tâmega — que engloba as barragens de Gouvães, Alto Tâmega e Daivões — com 333 GWh/ano (MAOT, 2011; EDP, 2016; MA, 2016).
Assim, para o ano de referência 2014:
Contribuição do PNBEPH para as necessidades energéticas nacionais:
Produtibilidade líquida média PNBEPH / Consumo de energia primária x 100% = 0,4 %
Contribuição do PNBEPH para a produção elétrica nacional:
Produtibilidade líquida média PNBEPH / Produção de energia elétrica x 100% = 1,7 %
O PNBEPH contribuirá assim com 0,4 % da energia nacional e 1,7 % da eletricidade produzida, com um custo comprovado entre 5 a 10 vezes superior às alternativas disponíveis (GEOTA, 2015).
Um retorno insignificante face aos impactes sociais, ambientais, culturais e económicos deste projeto, e que com a evolução esperada das alterações climáticas na região mediterrânica, tenderá a reduzir-se ainda mais nas próximas décadas.
Referências
Relativamente à produtibilidade líquida média dos diferentes aproveitamentos hidroelétricos, dada a existência de múltiplas fontes com dados divergentes e de modo a manter um grau de coerência na escolha das referências, optou-se pela utilização de informação contida 1º) nos Contratos de Concessão, 2.º) nos Websites das concessionárias, e 3.º) no documento mais recente de entidades oficiais.
AIE, 2016 – Agência Internacional de Energia (2016). Unit converter. (consultado a 6.06.2016)
DGEG, 2015a – Direção-Geral de Energia e Geologia (2015). Balanço Energético 2014. Portugal.
DGEG, 2015b – Direção-Geral de Energia e Geologia (2015). Disponibilidade de Energia Elétrica para Consumo (2000-2014). (consultado a 6.06.2016)
DGEG, 2016 – Direção-Geral de Energia e Geologia (2016) Site DGEG/Missão. (consultado a 6.06.2016)
EDP, 2016 – Energias de Portugal (2016). Fridão Informação Técnica. (consultado a 20.07.2016)
GEOTA, 2015 – Grupos de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (2015). O Programa Nacional de Barragens: desastre económico, social e ambiental Memorando v. Julho 2015.
MA, 2016 – Ministério do Ambiente. Plano Nacional de Barragens de Elevado potencial Hidroelétrico – Visão Integrada da Utilização, Renaturalização e Proteção dos Rios. Portugal
MAOT, 2011 – Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território (2011). Contrato de concessão relativo à utilização dos recursos hídricos para captação de água superficiais destinadas à produção de energia hidroeléctrica. Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua. Contrato de concessão n.º 25/ENERGIA/INAG/2011. Portugal
18 Abr, 2016 | Arquivo 2015 | 2020
- Para compreender a história do Programa Nacional de Barragens, lançado em 2007, clique aqui.
- Para conhecer o estado das obras no terreno, em fevereiro de 2016, clique aqui.
O Governo apresentou hoje a autarcas, associações de defesa do ambiente e empresas elétricas o resultado daquilo a que chamou “Revisão do Programa Nacional de Barragens”. Além de alterações na construção das novas grandes barragens, foram anunciadas medidas relativamente ao estabelecimento de um regime nacional de caudais ecológicos, para todos os rios; à demolição de estruturas (açudes e barragens) sem utilidade e à reavaliação do plano de mini-hídricas, lançado em 2010.
O GEOTA esteve presente na reunião, está a avaliar o documento e tomará posição pública muito em breve. Relativamente ao Programa Nacional de Barragens, as decisões tornadas públicas pelo Ministério do Ambiente foram as seguintes:
- Barragens de Girabolhos/Bogueira, rio Mondego | Endesa – CANCELADAS
- Barragem de Alvito, rio Ocreza | EDP – CANCELADA
- Barragem de Fridão, rio Tâmega | EDP – SUSPENSA, por 3 anos
- Barragens de Daivões, Gouvães e Alto Tâmega (Sistema eletroprodutor do Tâmega), rios Torno e Tâmega | Iberdrola – PROSSEGUEM
- Barragem de Foz-Tua, rio Tua | EDP – PROSSEGUE
Ajude a parar a barragem do Tua.
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